terça-feira, janeiro 24, 2006

Ferrari apresenta novo carro para a época 2006 da Formula 1

O alemão Michael Schumacher, realizou hoje, no circuito de Mugello, Itália, as primeiras voltas oficiais ao volante do novo Ferrari que participará no Campeonato do Mundo de 2006.
A 16 de Janeiro o monolugar já tinha estado em pista, distante do olhar de todos, no circuito privado da marca italiana, Marenello, porém só agora é apresentado ao público.
Equipado com o novo motor V8 de 2,4 litros (em 2005 tinha um V10 de 3.000cc), o carro é mais leve, mais compacto e mais curto de que as viaturas anteriores, segundo Aldo Costa, engenheiro da Ferrari. ALdo Costa assegurou ainda que o novo carro recebeu "as melhores evoluções dos últimos 20 anos".
O baptizado do veículo ocorreu sob o olhar de centenas de jornalista de todo o mundo. Schumacher realizou 33 voltas num total de 100 km e no final, em conferência de imprensa, afirmou que o ano que passou foi “uma excepção”, recorde-se que esteve 15 corridas sem vencer, e disse ainda que monolugar é "uma viatura de alto nível”.
Jean Todt, director desportivo da marca transalpina, avançou que o ano desportivo que se inicia será marcado pelo regresso da Ferrari ao topo da Formula 1. "Vamos disputar a época de 2006 com grande humildade mas, também com uma grande determinação de regressar ao topo. Temos a viatura, temos os pilotos, possuímos os meios necessários, e nenhuma desculpa para não voltarmos ao lugar em que já estivemos", sublinhou Todt.
Com o nome de 248 F1, e não 2006 F1 como havia avançada a imprensa, o monolugar será a arma que tenterá devolver o ceptro e os títulos à escuderia italiana.

"Match Point" a nova produção de Woody Allen em exibição



Porque a vida, com ou sem sorte, é como um jogo de ténis.

Woody Allen regressou com novo filme. Nas salas de cinema portuguesas desde 19 de Janeiro, “Match Point”, a sua última criação, sucede a “Melinda e Melinda” (2004).
O génio adormecido acordou, mais europeu é certo, mas talentoso, intenso e sobretudo real.
Um filme de Allen é sempre um filme de Allen, genuinamente característico. E isso quase que se esquece em “Match Point” e quase que é preciso estar sempre a lembrar que o é filme é de Allen . Não há jazz mas ópera, não há América mas Inglaterra, há crime, não há castigo.
O filme desenrola-se em movimentos técnicos lentos, como se estivéssemos a ver em câmara lenta uma película preguiçosa que insiste em manter-se vagarosa, sem objectivo definido, aparentemente. Uma bola, uma rede, dois campos, a sorte e o azar, e a alternância vagarosa, sem pressa, fazem esta obra.
Num vaivém constante, como se de uma bola de ténis se trata-se, vemos Londres, perfeito cartão postal. O elenco é britânico na sua maioria, Jonathan Rhys-Meyers(Chris Wilton), Matthew Goode(Tom), Emily Mortimer (Chloe) Brian Cox e Penelope Wilton(pais de Tom e Chloe), e nem a presença da americana Scarlett Johansson (Nola Rice) faz destoar a arquitectura e o equilíbrio.
“Match Point” segue o percurso de um jovem ambicioso, Chris, um instrutor de ténis que se envolve com uma família aristocrática. Rapidamente, Chris fica amigo de Tom, noivo da irmã deste, Chloe, e protegido dos pais de ambos. A estabilidade é rompida pela paixão que Chris sente por Nola, uma actriz fracassada e com falta de oportunidades. Chris terá de optar entre o “conforto” do seu novo mundo e a mulher sedutora, Nola.
A presença do romance Crime e Castigo de Fiodor Dostoievsky não é um acaso, Woody coloca-nos perante um dilema ético misturado com a sorte. O trama moral vagueia entre o trabalho, a ambição e a sorte, ou falta dela. Como se a vida fosse uma partida de ténis, um movimento constante, para um lado e para o outro, procurando algo.
A rede está lá e, quando a bola lhe bater e se tombar para o lado errado, não poderemos ter sorte?